São Pedro e São Paulo

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Professar a fé

A alegria de festejar São Pedro e São Paulo
Para "ilustrar a todos os fiéis a força e a beleza da fé", o Papa Bento XVI, a seu tempo, proclamou o Ano da Fé, confirmado pelo atual sucessor de Pedro e Bispo de Roma, o Papa Francisco. Durante todo o ano, somos positivamente provocados a experimentar e testemunhar a fé que recebemos no batismo. "Professar a fé na Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo – equivale a crer num só Deus que é Amor (cf. 1 Jo 4, 8): o Pai, que na plenitude dos tempos enviou seu Filho para a nossa salvação; Jesus Cristo, que redimiu o mundo no mistério da Sua Morte e Ressurreição; o Espírito Santo, que guia a Igreja através dos séculos enquanto aguarda o regresso glorioso do Senhor" (Bento XVI, "A Porta da Fé", 1).

Em sua história, a Igreja sempre ofereceu testemunhas qualificadas da fé, cujas vidas edificam as gerações e lhes possibilitam atualizar a mesma profissão de fé. Há poucos dias, tive a alegria de abençoar duas bonitas estátuas de São Pedro e São Paulo, na Paróquia a eles dedicada, no bairro do Guamá, em nossa Arquidiocese de Belém, bem colocadas à frente da Igreja Matriz. Pedro, ostentando a chave, símbolo do ministério a ele confiado pelo Senhor: "Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16,19). Chaves entregues para abrir portas e não para fechá-las, como tem testemunhado o Papa Francisco!

Como "a Palavra de Deus é viva, eficaz e mais penetrante que qualquer espada de dois gumes, penetra até dividir alma e espírito, articulações e medulas, julga os pensamentos e as intenções do coração" (Hb 4,12), o apóstolo das gentes, expressão da missão da Igreja, que deve levar o Evangelho a todos os recantos da terra, traz uma espada nas mãos. Pedro e Paulo, "por diferentes meios, congregaram a única família de Cristo e, unidos pela coroa do martírio, recebem hoje, por toda a terra, igual veneração" (Prefácio da Missa de São Pedro e São Paulo).

Assista: A família é chamada a professar a fé em Jesus


A partir do testemunho dos apóstolos, no correr dos séculos, uma imensa multidão, de toda raça, povo e nação, tem oferecido o testemunho da fé professada. A medida alta da vida cristã há de ser a prontidão para derramar o sangue pelo Senhor, no qual depositamos a nossa confiança! É a forma radical de serviço a Deus. Se também em nossos dias o martírio pela fé continua atual e todos precisam estar dispostos a ele, nem sempre nos será pedido. Ao lado da radicalidade do martírio, há outros modos de testemunhar a fé a serem abraçados por todos nós! Buscamos "uma adesão mais profunda à Palavra de Deus, quer pela renovação da profissão de fé em muitas comunidades, quer pela confirmação da própria fé, com o testemunho de uma vida autenticamente cristã" (Paulo VI, Credo do Povo de Deus, 2). A certeza interior da fé, com convicções arraigadas que a consideram o maior tesouro da vida, é o ponto de partida.
Professar a fé em nossas famílias, tomando consciência de que os pais começam a evangelizar os filhos a partir da concepção dos mesmos. Como os pais são os primeiros catequistas das crianças, a confissão da fé passa pelo afeto com que são cuidados, pelo ambiente familiar correspondente à fé católica, para depois encaminhá-los à Igreja e aos sacramentos. Os valores cristãos da sinceridade e da verdade, a honestidade e a retidão pessoal, cultivadas em casa, atraem muitas outras pessoas. Também sobre esta fé simples e profunda se edifica a Igreja!

Professar a fé publicamente, com a coragem de não esconder as certezas que dela recebemos. Não é possível aos cristãos compactuarem com a cultura da morte, representada pela mentalidade abortista e anti-vida. Os valores da dignidade da pessoa humana, da família e da verdade são irrenunciáveis. Radical seja o combate contra a corrupção, a mentira e o relaxamento da consciência. Firme a solidariedade com os mais pobres e sofredores, corajosa a voz levantada em defesa dos mais fracos. Manifestar de forma varonil as convicções, das ruas aos parlamentos, passando pelas relações comerciais e profissionais, o trato com o dinheiro público e a fidelidade aos compromissos assumidos! Trata-se de um leque aberto, cujas expressões serão suscitadas pelo Espírito Santo! Na história dos santos, homens e mulheres foram reconhecidos como "confessores" da fé. Aqui está a vertente a ser seguida pela maior parte dos cristãos que querem ser fiéis!

Professar a fé publicamente significa cerrar fileiras com o Sucessor de Pedro e os bispos em comunhão com ele. Quer dizer comprometer-se em ser Igreja de portas abertas, sem medo da ternura e da bondade, superando a tentação de permanecer voltados para si mesmos. Abrir-se ao desafio missionário, abraçar a causa da evangelização em primeira pessoa! Sim, fé professada é fé testemunhada segundo o dom recebido de Deus. São Paulo abriu um largo horizonte dos serviços na Igreja para que ninguém fique de fora: “Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. Há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há diferentes atividades, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos. A cada um é dada a manifestação do Espírito, em vista do bem de todos. A um é dada pelo Espírito uma palavra de sabedoria; a outro, uma palavra de conhecimento segundo o mesmo Espírito. A outro é dada a fé pelo mesmo Espírito; a outro são dados dons de cura pelo mesmo Espírito. A outro, o poder de fazer milagres. A outro, a profecia. A outro, o discernimento dos espíritos. A outro, diversidade de línguas. A outro, o dom de as interpretar. Todas essas coisas as realiza um e o mesmo Espírito, que distribui a cada um conforme quer. Um só corpo, muitos membros. Como o corpo é um, embora tenha muitos membros, e como todos os membros do corpo, embora sejam muitos, formam um só corpo, assim também acontece com Cristo” (1 Cor 12, 4-12). Homens e mulheres de fé, a mesma certeza interior, manifestações diversas do único Espírito Santo que leva a servir e amar!

Celebrando as duas colunas da Igreja, podemos pedir confiantes: "Ó Deus, que nos concedeis a alegria de festejar São Pedro e São Paulo, concedei à vossa Igreja seguir em tudo os ensinamentos destes apóstolos que nos deram as primícias da fé".
Foto Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA
Dom Alberto Taveira foi Reitor do Seminário Provincial Coração Eucarístico de Jesus em Belo Horizonte. Na Arquidiocese de Belo Horizonte foi ainda vigário Episcopal para a Pastoral e Professor de Liturgia na PUC-MG. Em Brasília, assumiu a coordenação do Vicariato Sul da Arquidiocese, além das diversas atividades de Bispo Auxiliar, entre outras. No dia 30 de dezembro de 2009, foi nomeado Arcebispo da Arquidiocese de Belém - PA.

Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=13222
 Uma Questão de Escolha 
O coração anda no compasso que pode. Amores não sabem esperar o dia amanhecer. O exemplo é simples. O filho que chora tem a certeza de que a mãe velará seu sono. A vida é pequena, mas tão grande nestes espaços que aos cuidados pertencem. Joelhos esfolados são representações das dores do mundo. A mãe sabe disso. O filho, não. Aprenderá mais tarde, quando pela força do tempo que nos leva, ele precisará cuidar dos joelhos dos seus pequenos. O ciclo da história nos direciona para que não nos percamos das funções. São as regras da vida. E o melhor é obedecê-las. Tenho pensado muito no valor dos pequenos gestos e suas repercussões. Não há mágica que possa nos salvar do absurdo. O jeito é descobrir esta migalha de vida que sob as realidades insiste em permanecer. São exercícios simples... Retire a poeira de um móvel e o mundo ficará mais limpo por causa de você. É sensato pensar assim. Destrua o poder de uma calúnia, vedando a boca que tem ânsia de dizer o que a cabeça ainda não sabe, e alguém deixará de sofrer por causa de seu silêncio. Nestas estradas de tantos rostos desconhecidos é sempre bom que deixemos um espaço reservado para a calma. Preconceitos são filhos de nossos olhares apressados. O melhor é ir devagar. Que cada um cuide do que vê. Que cada um cuide do que diz. A razão é simples: o Reino de Deus pode começar ou terminar, na palavra que que escolhemos dizer. É simples...

Essa é a igreja Mãe, que acolhe a todas as pessoas respeitando a Doutrina de Jesus. Abrindo as portas para a Salvação.

“ Pensai numa mãe solteira que vai à Igreja, à paróquia e diz ao secretário: Quero batizar o meu menino. E quem a acolhe diz-lhe: Não tu não podes porque não estás casada. Atentemos que esta mãe que teve a coragem de continuar com uma gravidez o que é que encontra? Uma porta fechada. Isto não é zelo! Afasta as pessoas do Senhor! Não abre as portas! E assim quando nós seguimos este caminho e esta atitude, não estamos fazendo o bem às pessoas, ao Povo de Deus. Jesus instituiu 7 sacramentos e nós com esta atitude instituímos o oitavo: o sacramento da alfândega pastoral. (...) Quem se aproxima da Igreja deve encontrar portas abertas e não fiscais da fé!" (Papa Francisco)